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As galinhas de Sexta-feira Santa

As galinhas de Sexta-feira Santa

Roubar galinhas na Sexta-feira Santa: uma prática cultural controversa

Uma tradição curiosa é a de se roubar galinhas na Sexta-feira Santa. Um dia tão solene como este, considerado de luto por todos os cristãos, ao mesmo tempo traz esse costume com jeito pagão e transgressor. A explicação para esta prática é a de que as pessoas aproveitam o dia em que o Senhor está morto, de forma que não vê os pecados cometidos, para praticar pequenos delitos.

A explicação acompanha o cristianismo que, segundo os preceitos bíblicos, ao cristão recomenda-se jejuar durante o período da Quaresma. A Sexta-feira Santa é marcada pela morte de Cristo. Um dia de vigília, oração e jejum. Tradicionalmente e popularmente conhecido como o “dia de não se comer carne vermelha”. Trata-se, portanto, mais do que uma tradição religiosa e um hábito dos antigos. É uma prática cultural institucionalizada, mesmo que  alguns a contestem.

Hoje são poucos os praticantes.  Muita gente não gosta da brincadeira, sobretudo as pessoas que têm seus animais capturados. Mesmo assim, a noite de Sexta-feira Santa também é noite de vigília aos galinheiros. E, após o roubo das galináceas, aguarda-se silenciosamente o sino da meia-noite. Após, o banquete está servido. Uma festa de dar inveja às orgias dionisíacas. Dizem que tem esse o sabor. É isso!


BACCHANAL, 1719. Michel Ange Houasse (1680–1730) – Prado Museum
Jonei Bauer:

O texto acima é de inteira responsabilidade de Jonei Bauer, não expressando necessariamente a opinião do Portal do Rancho.

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