Confesso que não estudei com detalhes o texto do novo código florestal, mas a revolta dos ambientalistas e a minha experiência com agroecologia me faz ficar alerta e, de certa forma, revoltada também.
Na minha opinião, tanto o código atual como o aprovado ontem, em votação agitadíssima na Câmara Federal, tem falhas gravíssimas, no que diz respeito às questões da preservação das matas e manejo das áreas agrícolas. O último com absurdos destacados como os limites das APPS, as áreas mínimas de preservação por unidade e a anistia dos desmatadores. Mas não é só isso! O código é complexo e cheio de detalhes que, mais cedo ou mais tarde, serão favoráveis às empresas e pessoas que realmente não estão nenhum pouco preocupadas com o meio ambiente.
Não podemos esperar que ruralistas e ambientalistas possam algum dia chegar a um acordo que satisfaça os dois lados. Isso não teria o menor cabimento. O que eu definitivamente não aceito é o argumento que o Brasil precisa aumentar a produção de alimentos e, por isso, o novo código é mais adequado. Ora! É de conhecimento de todos que mais de 70% da produção de alimentos no Brasil vem da agricultura familiar e estas unidades não precisam de anistia por desmatamento, muito menos derrubar florestas para plantar batatas!
Aliás, plantar batatas é o que estes nobres deputados deveriam fazer.
Uma coisa é certa: a água depende das florestas. E quem depende da água?
Comentário:
Jonei
O saudoso Acyr Ávila da Luz tem um conto célebre: As Batatas de Anitápolis…lembrei-me dele quando mandasse esses políticos plantá-las!
E esse código ambiental tem que ser mais intensamente observado aqui em Rancho Queimado, onde esses políticos grilam as terras, e fazendo nelas castelos e mausoléus! Precisamos de pessoas com propósitos, não de políticos e pseudo ecológicos!