Não posso deixar de levantar meu voto de desconfiança para técnicas de manipulação genética de mosquitos como vetores de doenças graves nos seres humanos. No México fiz questão de deixar claro no Congresso onde tínhamos médicos, de que Medicina não é uma ciência exata, muito menos o é completamente a química-farmacêutica, e, pior ainda, quando ambas interagem entre si num “caldo”complexo de organismos (homem-insetos-parasitas) com suas células e seres simbiontes em suas hemolinfas e sangues. Vale portanto a leitura do texto abaixo da Revista Scientific American, mas por favor, com atenção e alerta crítico-construtivo do que é brincar com a Ciência:
Novas estratégias para vencer a maláriaUso de hormônios pode reduzir populações de insetos transmissores e limitar a propagação da doença |
CDC |
Por Jo Adentunji e The Conversation
Nota do editor: Este ensaio foi reproduzido com permissão da The Conversation, uma publicação on-line sobre as pesquisas mais recentes
O controle da malária é uma guerra travada em muitas frentes. Mosquiteiros e serpentinas repelem os insetos de seus almejados banquetes humanos e medidas ambientais eliminam ou limpam águas estagnadas onde os mosquitos gostam de se reproduzir.
Mas cientistas estão olhando além; mais exatamente, para a vida sexual íntima dos mosquitos. Em um novo estudo, divulgado no site científico PLoS Biology, pesquisadores da Harvard School of Public Health e da Universidade de Perugia, na Itália, mostram a importância de um hormônio transmitido pelo mosquito macho para a fêmea durante o sexo. Esse hormônio aciona um “interruptor”, um “sinal de acasalamento” como dizem os autores, para instruir a fêmea a desviar recursos para produzir um ovo. Bloquear a ativação desse mecanismo poderia ser uma nova forma de limitar as populações de mosquitos e, portanto, a propagação da malária.
Os coautores Flaminia Catteruccia e Francesco Baldini estão intimamente familiarizados com o mundo reprodutivo dos mosquitos. Eles trabalharam juntos em um estudo anterior sobre o papel de proteínas encontradas no sêmen do mosquito (depositado em uma massa coagulada chamada “plug de acasalamento”) para estimular mudanças nos corpos e no comportamento das fêmeas. Dessa vez, porém, a dupla e outros pesquisadores se concentraram na contribuição do hormônio esteróide masculino 20-hidroxi-ecdisona (20-E) encontrado no plug de acasalamento de Anopheles gambiae, a espécie de mosquito portadora do parasita Plasmodium da malária.
“Procuramos por ele, porque o 20E normalmente não é associado à reprodução masculina e queríamos entender por que os machos Anopheles gambiae produzem e transferem quantidades tão grandes desse hormônio para as fêmeas; já suspeitávamos que essa transferência pudesse ter um importante papel reprodutivo”, explicou Catteruccia.
Os pesquisadores descobriram que depois do ato sexual, o hormônio 20E interage com uma proteína no trato reprodutivo da fêmea que estimula a produção de ovos. O estudo também revelou como o mecanismo funciona: a interação do hormônio masculino com a proteína feminina aumenta o acúmulo de gordura nos ovários da fêmea, o que faz com que os ovos sejam produzidos mais rapidamente e em maior número. “Fêmeas virgens”, por outro lado, raramente desenvolvem ovos.
Catteruccia admitiu que, embora a pesquisa não tenha sido de modo algum abrangente, ela e Baldini não estavam cientes de nenhuma interação semelhante a essa no reino animal.
“Essa é a primeira vez em qualquer espécie de insetos que se mostrou que um hormônio masculino interage diretamente com uma proteína feminina e altera a capacidade reprodutiva da fêmea”, declarou Baldini.
De acordo com Catteruccia, as descobertas poderiam ser usadas para “atacar” os mosquitos e reduzir suas populações de duas formas: inibindo a produção do hormônio ou a sua interação com a fêmea. Isso poderia ser feito por meio de inseticidas atualmente utilizados para reduzir as populações de mosquitos e através da chamada técnica do inseto estéril. Esse método envolve a liberação de um grande número de insetos estéreis, geralmente machos, em uma população onde eles competem com machos naturais e acasalam com fêmeas para reduzir o número de insetos na próxima geração.
“Poderíamos manipular machos para que eles não produzam e transfiram um hormônio funcional”, sugeriu Catteruccia. “Esses machos alterados poderiam, então, ser soltos em estratégias de controle, como a técnica do inseto estéril, para suprimir as populações naturais de mosquitos”.
“Também poderíamos desenvolver inibidores que impeçam as fêmeas de desenvolver ovos. Esses inibidores poderiam ser incorporados nas fórmulas dos inseticidas usados atualmente para matar mosquitos (tanto inseticidas aplicados nos filós de mosquiteiros, como aerossóis residuais de uso doméstico interno)”, acrescentou.
“Desse modo, mesmo se o inseticida não matar o mosquito devido a uma resistência, ele não produzirá ovos, nem transmitirá a resistência a inseticidas para seus descendentes. Isso aumentaria a vida útil e a eficiência de inseticidas, nossa melhor arma contra a malária e os mosquitos”.
Sanjeev Krishna, professor de parasitologia molecular na St. George’s University of London, confirmou que a resistência a inseticidas é um problema e, embora estejam sendo feitos esforços para desenvolver novos produtos, novas formas de atacar as populações de mosquitos e a malária são bem-vindas.
“O controle de mosquitos, no qual uma limitação de sua reprodução seria um componente importante, é uma área comprovada de benefício na redução da mortalidade por malária através do uso de mosquiteiros impregnados com inseticidas”, afirmou.
“Os mosquitos estão se tornando resistentes a alguns inseticidas e estão passando por uma seleção natural para mudanças de comportamento que os adaptam para ficarem menos expostos aos mosquiteiros. Se for possível desenvolver uma nova abordagem, isso seria muito útil para o ‘kit geral de ferramentas’ contra a malária. As descobertas feitas nesse estudo estabelecem as bases para uma abordagem diferente, mas haverá muito mais a fazer antes que os resultados possam ser traduzidos em benefícios para o controle da malária”, declarou Krishna.
Outro trabalho que analisou aspectos biológicos para controlar o Anopheles gambiae (Anopheles vem do grego e significa “bom para nada”) incluiu a idéia de infectar os mosquitos com a bactéria Wolbachia, que os torna temporariamente resistentes ao parasita da malária. Para isso, porém, as fêmeas desempenham um papel crucial, já que a infecção bacteriana só pode ser transmitida entre elas e suas crias.
Quanto à erradicação de mosquitos tem sido argumentado que a aniquilação completa de algumas espécies portadoras do parasita da malária não prejudicaria sistemas ecológicos, especialmente em comparação com os enormes danos provocados em humanos.
A publicação on-line The Conversation é financiada pelas seguintes universidades: Aberdeen, Birmingham, Bristol, Cardiff, City, Glasgow Caledonian, Liverpool, Open, Salford, Sheffield, Surrey, University College London (UCL) e Warwick. Ela também recebe financiamento do Higher Education Funding Council for England (HEFCE), do Higher Education Funding Council for Wales (Hefcw), do Scottish Funding Council (SFC), do Reasearch Councils UK (RCUK), da Fundação Nuffield e do The Wellcome Trust.
Este artigo foi publicado originalmente no site The Conversation.. Leia o artigo original (em inglês).
Lembrando que 90% das células do corpo humano não são humanas (http://revistaepoca.globo.com/Revista/Epoca/0,,EMI107388-15224,00.html )…o que poderíamos fazer utilizando seres externos manipulados(transgênicos) que podem num processo de mutação, evolução conduzirem uma química-orgânica inesperada? Acho e vejo a toda hora os erros de uma quimera médico-farmacêutica totalmente torpe nos caminhos do capital pelo capital. Lembrando que a Indústria Farmacêutica Alopática Transnacional muito pouco tem de nobre em suas pretendidas “ciências”. E “ad nauseam”, escutamos e lemos ralatos de cientistas e prêmio-nobel (http://midiaglobalista.blogspot.com.br/2013/09/nobel-de-medicina-cura-de-doencas-nao-e.html) escancarando as práticas absurdas e capitalistas nada humanas destas Indústrias; então o que poderíamos dizer de soltar TRANQUILAMENTE em nossos Biomas seres transgênicos?
Fico rindo da frase que li no texto acima, de pura lábia cínica travestida de candice, quando coloca algo tao complexo em padrões totalmente humano-pseudo religiosos(o homem o centro do universo) :
“Quanto à erradicação de mosquitos tem sido argumentado que a aniquilação completa de algumas espécies portadoras do parasita da malária não prejudicaria sistemas ecológicos, especialmente em comparação com os enormes danos provocados em humanos.”
Reconheço que a malária é doença de terceiro mundo e na HISTORIA RECENTE não tem gerado interesse(riqueza) para Multinacionais(porque Países de terceiro-mundo só tem pessoas pobres) e por isso não se tem resultados farmacológicos ALOPÁTICOS rapidamente eficientes. Mas temos sim, estudos diversos em andamento como o uso da erva Artemisia annua para a extração de artemisinina com eficiente efeito anti-malárico ou mesmo esta Erva melhorada nos níveis de artemisinina e tomada na forma de chá. Não somente por via de fitoterápicos, mas por vias de síntese futura de hormônios – como relata o próprio estudo na observação dos efeitos do hormônio masculino sobre as fêmeas deste mosquito. Lembrando que células transgênicas da soja passaram inusitadamente e incólumes pelo intestino de humanos e entraram nas células…( http://reporterbrasil.org.br/2013/11/pouca-transparencia-marca-estudos-sobre-riscos-dos-transgenicos/ ). Situações assim de transgenia em vetores PREOCUPANTES nas comunidades, me parece mais grave ainda a manipulação sem discussão-fórum deliberativa, controle Judicial, Ético e porque não CIENTIFICO ou mesmo EPISTEMOLÓGICO!!!
A ciência se tornou mera ferramenta para os devaneios do CAPITAL E DO BELICISMO!