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“Meu nome é Martim Bugreiro”

“Meu nome é Martim Bugreiro”

Índios Xokleng ladeados por visitantes alemães. Acervo Edmar Hoerhan.

“Meu nome, Martim Bugreiro, assim me chamam os da terra. Nascido de Bom Retiro, vivente de mar e serra. Ciência tenho de tiro e minha arma não emperra.

Assim a literatura descreve  Martim Bugreiro, o maior e mais famoso exterminador de índios da região. Na segunda metade do século XIX, matar índios era uma profissão de respeito, pois garantia a paz dos colonizadores. E foi assim que as comunidades de índios Xokleng (ou botocudos), que viviam em terras entre os municípios de Lages, Rio do Sul e Blumenau foram completamente dizimadas no mais sangrento e brutal processo de colonização.

São muitas as histórias de confrontos entre índios e brancos. Em Taquaras, viveu a índia Sophia. Conta a história que Martim Bugreiro teria matado seus pais, trazendo para a colônia a indiazinha e seu irmão mais velho. O menino, não se adaptara à vida entre os brancos e acabou sendo morto. A menina, muito pequena, recebeu o nome de Sophia. Aprendeu a comer a comida dos brancos, tomava banho e até foi batizada. Ela sobreviveu ao massacre dos índios, mas acabou assistindo de longe o extermínio do último bando que se tem notícia na região. Sophia morreu há pouco mais de quarenta anos e está enterrada no cemitério da Igreja Evangélica Luterana em Taquaras.

Sou uma apaixonada pelas histórias dos índios contadas pelos mais velhos. Duas grutas onde os bandos passavam a noite para proteger-se da chuva e do frio ficam pertinho da minha casa. De vez em quando, encontramos aqui no sítio mesmo ferramentas feitas de pedras. Meus filhos gostam de andar pelo cemitério (que criança não gosta disso?) e eu me emociono quando eles reconhecem o túmulo da índia Sophia e pedem para contar as histórias dos “bugres”.

Caverna da trilha ecológica do Lachares: antigo paradeiro protegido dos bugres.

Hoje é dia do índio. Hoje é dia de reflexão. Não dá pra mudar a história e transformar o triste fim dos índios Xokleng. O que podemos fazer é mudar o começo da nova história.

Anúncio de uma agência de publicidade baiana. Bela mensagem.

Fonte: Revista História Catarina, cypedia.com.br, tuppi.com.br

Letícia Weigert:

O texto acima é de inteira responsabilidade de Letícia Weigert, não expressando necessariamente a opinião do Portal do Rancho.

Comentários:
  • Dalei Ribeiro
    Responder

    É lamentavel para a nossa História um homem taõ cruel e covarde matar inoscentes , crianças ;mulheres. só em taquaras na fazenda primavera ele matou mais de 100 indios ai em rancho queimado e era contratado pelo então governador Hercilio Luz outro criminoso sendo que na época eles já se tnha notícias que Randon andava prottegendo indios.

  • Dalei Ribeiro
    Responder

    É lamentavel para a nossa História um homem taõ cruel e covarde matar inoscentes , crianças ;mulheres. só em taquaras na fazenda primavera ele matou mais de 100 indios ai em rancho queimado e era contratado pelo então governador Hercilio Luz outro criminoso sendo que na época eles já se tnha notícias que Randon andava prottejendo indios.

  • fernanda da motta
    Responder

    Olá!eu sou tataraneta do martim bugreiro e gostei mto do q vc comentou sobre ele!!!para mim ele foi um herói!!!ele tinha q ser mais valorizado por sua história por santa catarina!e até mesmo em bom retiro onde ele nasce e vive um bom tempo e foi sepultado!!!

  • A.T.A,
    Responder

    Meu pai quando criança chegou a conheçe-ló e conta suas histórias pois ele seria meu Tiu avó, irmão de meu Tatáravo…

  • helio antonio martins
    Responder

    Venho de longe pois o martim bugreiro faz parte de meus ancestrais, ele era biza avo do meu pai

  • Nuno
    Responder

    Apesar das lutas com os indios, a maioria dos brasileiros tem traços fisicos de indios certamente um estudo genético irá provar que esmagaodra maioria dos brasileiros tem sangue indio.

  • Dilma
    Responder

    Parabens Le….

  • Jonei
    Responder

    Coincidentemente, preparei uma matéria sobre o dia do índio, mas não havia ficado boa porque eu queria algo relacionado com a Índia Sofhia… Não consegui falar com alguém da família e nem me lembrei da revista! Parabéns Letícia!

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